05 junho 2016

Minha Vida era uma Arma Carregada

Emily Dickinson

Minha Vida era uma Arma Carregada –
Nos cantos – um dia passou
O Proprietário – identificou-me –
Com Ele me levou –

E hoje exploramos as Florestas virgens –
E a Corça a sós vamos caçar –
E as Montanhas de pronto me respondem
Se eu por Ele falar –

E se eu sorrio uma faísca intensa
Sai pela Várzea a reluzir –
É como se um Vulcão mostrasse a face
Para se divertir –

E quando à Noite – após um dia cheio –
Cuido da Sua Proteção –
É bem melhor que os Edredons e as Plumas
Repartir no Colchão –

Não se livra de mim Seu inimigo –
Se é Seu rival – é meu rival –
O meu Olho Amarelo vai segui-lo
E o meu Dedo mortal –

Se viver mais do que Ele me é possível
Mais terá Ele que viver –
Pois eu posso matar – porém não tenho
O poder de morrer –

Fonte: Dickinson, E. 2006. Alguns poemas. SP, Iluminuras. Poema publicado em livro em 1924.

1 Comentários:

Anonymous Anônimo disse...

O nome do tradutor do poema é José Lira.

7/9/16 10:53  

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