03 outubro 2015

A malária

Richard C. Brusca & Gary J. Brusca

A malária humana é conhecida desde a [Antiguidade], e descrições da doença são encontradas nos papiros egípcios e hieróglifos dos templos (surtos seguiam-se as cheias anuais do Nilo). A relação entre a doença e ‘terrenos pantanosos’ levou à crença de que poderia ser adquirida ao respirar ‘mal ar’ (mala aria). [...]

Entre os muitos sintomas da malária estão os paroxismos cíclicos, através dos quais o paciente sente muito frio quando o hipotálamo (o termostato do corpo) é ativada; a temperatura então sobe rapidamente até 40-41ºC. A vítima sofre de tremedeira intensa. Vômitos e náuseas são comuns. Transpiração intensa sinaliza o final do estágio febril, e a temperatura cai até o nível normal dentro de 2 a 3 horas; todo o paroxismo está terminado dentro de 8 a 12 horas. Acredita-se que esses episódios são estimulados pelo aparecimento de produtos residuais da alimentação do parasita com eritrócitos, que são liberados quando as células sanguíneas se rompem. Sintomas secundários incluem anemia derivada da destruição dos glóbulos vermelhos. Em casos extremos da malária causada pelo [Plasmodium] falciparum, rompimento em massa dos eritrócitos resulta em níveis elevados de hemoglobina livre e de vários produtos catabólicos que circulam no sangue e na urina, resultando em escurecimento destes fluídos e, assim, na condição conhecida como ‘febre da água preta’ (blackwater fever).

Fonte: Brusca, R. C.  & Brusca, G. J. 2007. Invertebrados, 2ª edição. RJ, Guanabara Koogan.

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