05 setembro 2014

O órgão vomeronasal

Milton Hildebrand & George E. Goslow Jr.

O órgão vomeronasal foi descrito em 1813 pelo anatomista dinamarquês L. Jacobson, mas permaneceu intrigante durante 150 anos. Há tempo considerava-se que fosse uma parte um tanto distinta do epitélio olfatório, sendo o motivo de sua separação indefinido. No entanto, o órgão vomeronasal difere do órgão olfatório quanto à estrutura fina: às moléculas às quais responde; por possuir seus próprios nervos que terminam num bulbo adjacente ao bulbo olfatório, porém separado dele; e por projetar-se independentemente até a amígdala e o hipotálamo neuroendócrino. Nos mamíferos, a estimulação do órgão inicia a liberação de hormônios relacionados com os hormônios luteinizante e prolactina, afetando essencialmente a corte, o acasalamento, o cuidado maternal e a agressão. Serpentes, anfisbênios e muitos lagartos possuem língua bífida, chicoteada para dentro e para fora da boca, para cima e para baixo, tocando freqüentemente o substrato. As extremidades bem espaçadas da língua testam o ambiente químico em diferentes pontos e emitem independentemente seus estímulos à parte rostral da boca onde alcançam [o par de] órgãos vomeronasais. Isso capacita o animal a localizar as margens da presa ou de um animal co-específico e, portanto, de segui-lo ao longo de uma trilha de odores feita por eles.
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Fonte: Hildebrand, M. & Goslow, G. E., Jr. 2006. Análise da estrutura de vertebrados, 2ª  edição. SP, Santos.

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