06 agosto 2014

O poema mais triste já escrito

F. Ponce de León

O título desta postagem foi inspirado no artigo ‘The saddest poem ever written’, de Nick Ripatrazone, cuja versão em português foi publicada ontem no Observatório da Imprensa (ver aqui).

O artigo de Ripatrazone trata do poema ‘Primavera e outono’, de Gerard Manley Hopkins. Existem ao menos três versões em português para este poema, a saber: aqui, em tradução de Alípio Correia de França Neto; aqui, em tradução de Aíla de Oliveira Gomes; e aqui, em tradução de Luís Gonçales Bueno de Camargo.

Reproduzo a seguir a minha sugestão para uma versão adicional:

Primavera e outono 

A uma criança

Gerard Manley Hopkins

Margaret, você está sofrendo
Pelo Arvoredo Dourado desfolhando?
Folhas, como as coisas do homem, a você
Com suas ideias puras, importam – não?
Ah, mas o coração envelhece
E diante dessas visões arrefece
Pouco a pouco, não resta um lamento
Embora mundos de bosques descamisados persistam;
E, contudo, você irá chorar e saberá a razão.
O nome, criança, não importa mais:
Primaveras de pesar seguem iguais.
A boca não expressou, nem a mente,
O que ouve o coração, o espírito pressente:
Eis a ruína que com o homem nasce,
Eis, Margaret, o que a aflige.

0 Comentários:

Postar um comentário

<< Home

eXTReMe Tracker