06 agosto 2013

Vida

Lara de Lemos

O que te peço
é simples, leve
– um dia de sol, de paz,
de dor nenhuma,
breve.

O que te peço
é tolo – uma ave,
um menino, um assovio,
um rápido voar
sobre o vivido.

O que te peço
é pouco – não o amanhã,
nem o ontem, nem o acesso
à glória
e sua morada.

Peço um hiato
– instante raro –
entre o claro do poema
e o nosso
nada.

Fonte: Nejar, C. 2011. História da literatura brasileira. SP, Leya.

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