17 novembro 2011

Sete experimentos que podem mudar o mundo

Rupert Sheldrake

[Prefácio]
Durante anos, senti-me fascinado por algumas das questões discutidas neste livro – no caso dos pombos-correio, desde a mais remota infância. Também despendi mais de 25 anos em pesquisa científica, adquirindo grande respeito pela força da abordagem experimental. Vi, por mim mesmo, que mediante experimentos bem-elaborados podemos fazer perguntas sobre a natureza e obter respostas.

Impressionou-me igualmente a maneira com que se pode fazer uma pesquisa fundamental sem um grande orçamento. No curso de meus estudos científicos em Cambridge, deparei com inúmeros exemplos da tradição “econômica” da ciência britânica. E convivi diretamente com essa tradição por vários anos, como Research Fellow da Royal Society, quando dividi um laboratório no Departamento de Bioquímica da Universidade de Cambridge com o falecido Robin Hill, chefe das pesquisas sobre fotossíntese, cujos demorados experimentos custavam menos que a verba costumeiramente destinada a estudantes de primeiro ano de graduação.

Na Índia, onde passei mais de cinco anos fazendo pesquisas agrícolas, notei que os cientistas do país, premidos pela necessidade, haviam aperfeiçoados meios engenhosos de conduzir pesquisas de campo com um mínimo de gastos. No instituto internacional onde eu trabalhava, perto de Hiderabade, adotei e desenvolvi esses métodos locais, empregando principalmente camponeses, e achei bastante produtivo esse tipo de pesquisa. Meus colegas e eu desenvolvemos, por exemplo, um novo sistema de colheitas múltiplas para o feijão-guandu que está sendo amplamente adotado pelos fazendeiros na Índia e vem contribuindo para o aumento da produção de alimentos.
[...]

Fonte: Sheldrake, R. 1999 [1995]. Sete experimentos que podem mudar o mundo. SP, Cultrix.

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