21 novembro 2011

Estatística não-paramétrica

Sidney Siegel

1.
O estudante das ciências do comportamento cedo se acostuma a empregar palavras usuais com significações que se lhe são, inicialmente, estranhas. Assim é, por exemplo, que, quando se fala em sociedade, não se tem em vista aquele grupo de pessoas cujos nomes figuram nas colunas sociais dos jornais. O termo personalidade pouco ou nada tem em comum com o significado que lhe atribuem os jovens: embora um ginasiano possa demonstrar certo desprezo por um colega que “não tenha personalidade”, o cientista dificilmente poderá conceber tal situação; o estudante sabe que cultura, no sentido científico, abrange muito mais do que um simples refinamento estético; e ele jamais dirá que um vendedor “usa” a psicologia para persuadir um cliente a adquirir seus produtos.

Analogamente, o estudante logo descobrirá que o campo da estatística é assaz diverso da concepção que usualmente se tem. Nos jornais e revistas não-científicos, o estatístico é considerado como aquele que coleta grande volume de informações quantitativas para, em seguida, extrair desses dados determinadas informações representativas. Ninguém duvida de que a determinação do salário médio de uma indústria ou do número médio de filhos na família urbana americana é função do estatístico. Mas é apenas uma de suas atribuições. Logo de início, o estudante se conscientizará de que a descrição é apenas uma das funções da estatística.

Um tópico central da moderna estatística é a inferência estatística. A inferência estatística aborda dois tipos de problemas fundamentais: a estimação de parâmetros de uma população, e a prova de hipóteses. É das provas de hipóteses que trataremos primordialmente neste livro.
[...]

Fonte: Siegel, S. 1981 [1956]. Estatística não-paramétrica. SP, McGraw-Hill.

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