17 maio 2010

Vírus

Hyman Hartman

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Os vírus sempre foram controversos, uma vez que parecem preencher a lacuna entre o mundo vivo e o não-vivo. De um lado, eles são capazes de autoduplicação e mutação e, de outro, podem ser cristalizados. O vírus parece ser uma parte do aparato genético celular que pode ser passada de célula a célula. Nas bactérias, um extenso sistema de recombinação ou troca de genes por meio de infecção se desenvolveu. A transdução e a troca de plasmídios são sistemas de recombinação por infecção. Vírus bacterianos são apenas a ponta do iceberg, quando consideramos os vírus principalmente como agentes da troca de genes entre células. Um caso recente é a difusão da resistência a antibióticos nas bactérias graças à difusão de um plasmídio que carrega genes de resistência a antibióticos. Desse modo, a transferência horizontal (isto é, numa mesma geração) de genes por meio de infecção está agora bem caracterizada nas bactérias. A questão que atualmente está sob intensa investigação é se os vírus que nos infectam são, em sua maioria, virulentos ou estão envolvidos na transferência de genes entre organismos.
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Fonte: Hartman, H. 2000. Vírus, evolução e origem da vida. In: El-Hani, C. N. & Videira, A. A. P. (orgs.) O que é vida? RJ, Relume Dumará.

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