07 maio 2010

Testamento

Alexei Bueno

Quando acabar-se a piada trágica
Juntem-me a ossada, façam-na em pó,
E a uma ampulheta brilhante e mágica
Vazem-no inteiro, sem sentir dó.

Que assim prossiga como viveu,
E encarcerado na insossa hora
Role sem rumo, tal como eu,
E veja a vida, mas só de fora.

E isto já basta... O sol brílhará,
E ornado em tempo o pó não descansa.
Oh! ele rirá! E bem vos roerá
Homens de um dia... Bela vingança!

Fonte: Pinto, J. N. 2004. Os cem melhores poetas brasileiros do século, 2ª edição. SP, Geração Editorial.

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