01 maio 2010

Ode à alegria

Friedrich Schiller

Amigos, basta desses cantos!
Entoemos um outro e mais agradecido:
O cântico do júbilo!


Alegria, brilhante centelha da divindade,
Filha do Elísio,
Adentramos, semblantes ardentes,
Teu glorioso santuário!
Tua força mágica irmana,
O que o mundo separou;
Todos os homens tornam-se irmãos
Onde a asa tua gentil pousou.

Quem atingiu o supremo bem,
De ter por amigo um amigo,
Quem obteve suave esposa,
Esteja conosco no áureo júbilo!
Sim, quem ainda uma só alma
Pôde no mundo sua chamar!
Quem não pôde conduza em pranto
Para longe daqui seu triste caminhar.

Todos os seres bebem da alegria
No seio da natureza;
Bons e maus
Vão por seus floridos caminhos.
Prodigaliza-nos com beijos e vinho,
Amigos fiéis até a morte;
Até o verme pode sentir prazer,
E o querubim permanece diante de Deus!

Alegres, como corpos celestiais voam
Sobre o plano rubro dos céus,
Ide, irmãos, a exultar,
Alegres, como heróis rumo à vitória.

Multidões, eu vos abraço.
Esse beijo envio ao mundo inteiro!
Irmãos! Acima desse dossel estrelado
Deve reinar um terno Pai.
Prostrais-vos, multidões?
Sentes o teu Criador, mundo?
Buscai-o então acima dos astros!
Além das estrelas está sua morada.

Fonte: encarte que acompanha o álbum Sinfonias 5 & 9 (1987), de Ludwig van Beethoven. A primeira versão do poema original foi publicada em 1786.

1 Comentários:

Anonymous Amanda Melanie disse...

Oi, tudo bem?

Estou fazendo um trabalho acadêmico sobre este poema e preciso muito saber quem é o tradutor. Você sabe me informar?

Ficarei muito grata com a resposta.

Abraços

22/10/14 15:48  

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