18 fevereiro 2008

Expõe Teresa acerbas mágoas cruas

Alvarenga Peixoto

Expõe Teresa acerbas mágoas cruas;
e à briosa nação, de furor tinta,
faz arrancar da generosa cinta
o reflexo de mil espadas nuas.

Arrasta e pisa as otomanas luas
e, por mais que Netuno o não consinta,
a heroína do Norte faz que sinta
o peso o mar Egeu das quilhas suas.

Seus nomes no áureo templo a fama ajunta,
mas pintar seus estragos não se atreve;
ao seu Danúbio, ao mar Negro o pergunta.

Lusitânia aos céus muito mais deve:
que a rege, como aos povos d’Amatunta,
freio de rosas posto em mãos de neve.

Fonte: Peixoto, A. 2002. Melhores poemas. SP, Global.

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