13 julho 2007

Pedido

Gonçalves Dias

Ontem no baile
Não me atendias!
Não me atendias,
Quando eu falava.

De mim bem longe
Teu pensamento!
Teu pensamento
Bem longe errava.

Eu vi teus olhos
Sobre outros olhos!
Sobre outros olhos,
Que eu odiava.

Tu lhe sorriste
Com tal sorriso!
Com tal sorriso,
Que apunhalava.

Tu lhe falaste
Com voz tão doce!
Com voz tão doce,
Que me matava.

Oh! não lhe fales,
Não lhe sorrias,
Se então só qu’rias
Exp’rimentar-me.

Oh! não lhe fales,
Não lhe sorrias,
Não lhe sorrias,
Que era matar-me.

Fonte: Mello, M. A., org. 2003. Poesia sempre. RJ, José Olympio. Poema originalmente publicado em 1846.

2 Comentários:

Anonymous Anônimo disse...

Olá..Belo poema.
Gostaria de saber por meio de uma básica explicação, porém completa, do que se trata exatamente esse poema , acima.
Obrigada.

23/6/08 16:45  
Blogger Unknown disse...

sei que você não se referia a mim...
Mas o poema fala basicamente que, para o poeta esta mulher era muita coisa, mas ele era apenas mais uma pagina da vida desta moça.
E no final ele se sente traido por ela, querendo disser que ela só brincou com ele...

14/3/10 23:09  

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