07 janeiro 2007

Marília de Dirceu

Tomás Antônio Gonzaga

(...)
Esprema a vil calúnia, muito embora
entre as mãos denegridas e insolentes
os venenos das plantas
e das bravas serpentes;

Chovam raios e raios, no meu rosto
não hás de ver, Marília, o medo escrito,
e medo perturbado,
que infunde o vil delito.

Podem muito, conheço, podem muito,
as fúrias infernais, que Pluto move;
mas pode mais que todas
um dedo só de Jove.

Este deus converteu em flor mimosa,
a quem seu nome deram, a Narciso;
fez de muitos os astros,
qu’inda no céu diviso.

Ele pode livrar-me das injúrias
do néscio, do atrevido, ingrato povo;
em nova flor mudar-me,
mudar-me em astro novo.

Porém se os justos céus, por fins ocultos,
em tão tirano mal me não socorrem;
verás então, que os sábios,
bem como vivem, morrem.

Eu tenho um coração maior que o mundo,
tu, formosa Marília, bem o sabes:
um coração..., e basta,
onde tu mesma cabes.
(...)

Fonte: Gonzaga, T. A. 2000. Tomás Antônio Gonzaga, 4a edição RJ, Agir. Trecho referido como Lira II, da Parte II.

4 Comentários:

Blogger Alininha e Carlos disse...

euu ameii esse poema ..

13/4/11 08:28  
Anonymous Adão Pineiro disse...

POEMA LINDO!!!
A VIDA SEM POESIA,NÃO É VIDA,É ARREMEDO!

23/6/11 11:39  
Anonymous Anônimo disse...

nossa q tosco esse poema!!!!!!!!!!!!

2/4/12 09:45  
Anonymous Anônimo disse...

sem comentários pra isso.

28/5/12 21:49  

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