21 dezembro 2006

Linguagem, língua e discurso

Celso Cunha

Linguagem é um “conjunto complexo de processos – resultado de uma certa atividade psíquica profundamente determinada pela vida social – que torna possível a aquisição e o emprego concreto de uma língua qualquer”. Usa-se também o termo para designar todo sistema de sinais que serve de meio de comunicação entre os indivíduos. Desde que se atribua valor convencional a determinado sinal, existe uma linguagem. À lingüística interessa particularmente uma espécie de linguagem, ou seja a linguagem falada ou articulada.

Língua
é um sistema gramatical pertencente a um grupo de indivíduos. Expressão da consciência de uma coletividade, a língua é o meio por que ela concebe o mundo que à cerca e sobre ele age. Utilização social da faculdade da linguagem, criação da sociedade, não pode ser imutável; ao contrário, tem de viver em perpétua evolução, paralela à do organismo social que a criou.

Discurso é a língua no ato, na execução individual. E, como cada indivíduo tem em si um ideal lingüístico, procura ele extrair do sistema idiomático de que se serve as forma de enunciado que melhor lhe exprimam o gosto e o pensamento. Essa escolha entre os diversos meios de expressão que lhe oferece o rico repertório de possibilidades, que é a língua, denomina-se estilo.

A distinção entre linguagem, língua e discurso, indispensável do ponto de vista metodológico, não deixa de ser em parte artificial. Em verdade, as três denominações se aplicam a aspectos diferentes, mas não opostos, do fenômeno extremamente complexo que é a comunicação humana.
(...)

Fonte: Cunha, C. 1976. Gramática do português contemporâneo, 6a edição. BH, Editora Bernardo Álvares.

2 Comentários:

Anonymous Anônimo disse...

gostei muito doresumo e muito bem explicado so que poderia ser mais bem elaborado!!!

eduardo vinicius teixeira

22/3/11 10:29  
Blogger julio cesar disse...

Legal!

4/9/11 00:46  

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